número da revista recibo, com trabalhos de dez autores convidados. ao contrário de como se costuma fazer (numa) revista, os autores não foram convidados a partir de um tema, mas a uma meta:morfose. recibo foi preparado como uma plataforma propícia a trabalhos que ao mesmo tempo valham por si (como corpos físicos que são) e re(con)cebam terceiros, também corporalmente. cada convidado escolheu seu suporte, entre 9 materiais diversos quanto a cor opacidade aspereza rigidez e efeito: papel-carbono, papel vegetal, vinil adesivo, folha refletiva, plástico polionda, lixa, eva, tnt e pvc transparente. como desafio, não havia a opção do papel branco costumeiro em revistas. a ideia foi estimular a geração de trabalhos que significassem não só pelo conteúdo impresso, mas pela relação concreta da impressão com o suporte. nesse sentido, e tirando partido de limitações técnicas, foi invertido o regime de cor convencional em revistas (4 cores sobre fundo branco). a impressão foi feita em branco sobre a cor de suporte escolhida por cada convidado. além disso, já no convite os autores foram apresentados a um protótipo do volume (folhas soltas embaladas por capa vazada) e também ao plano de montar cada exemplar com um trabalho diferente sob a capa. sendo assim, a tiragem deste recibo foi preparada com as páginas em posição rotativa: ora no miolo (em meio às demais), ora sob a capa vazada, que assim se metamorfoseia em dez caras diferentes.

os autores foram convidados à meta:morfose também em seus trabalhos, cada um determinando em sua folha ao menos 1 de 90 furos possíveis, coincidentes com as lacunas presentes na capa (e em muitos recibos).
a ideia foi pro(mo)ver um meio de comunicação corporal-visual para os trabalhos entre si e com a edição como um todo. foi também propiciar a geração de signos abertos (literalmente) para o acaso.
recibo aposta que a época do livro digital e da comunicação em rede pede a revista re-vista (como corpo), com folhas capas editores designers artistas signos em rotação.